Labubu: o segredo do marketing que abraça a imperfeição (e conquista o mundo)
POR Gustavo Ban - 03/07/2025
POR Gustavo Ban - 03/07/2025
Imagine um ser de orelhas pontudas, dentes afiados e um sorriso que desafia qualquer padrão de “fofura”. Feio? Talvez. Fascinante? Com certeza.
Labubu, o personagem criado pela artista Kasing Lung e popularizado pela chinesa Pop Mart, não é apenas um brinquedo: é um fenômeno cultural que revoluciona o marketing. E a pergunta estratégica que toda marca deve fazer é: o que essa criatura “tão feia que é bonitinha” pode ensinar sobre conectar com o consumidor moderno?
A neurociência do encanto imperfeito
Por que somos atraídos por algo que desafia os cânones estéticos?
Como explicam notícias recentes, o sucesso do Labubu está no “efeito fofura-aversão”. Nosso cérebro processa a incongruência: a combinação de traços “ameaçadores” (dentes, olhos arregalados) com ingenuidade e cores vibrantes gera uma curiosidade emocional. É uma quebra do óbvio que nos cativa, assim como o Invisible Marketing defende que fugir do lugar-comum é a chave para a atenção genuína.
Mais que um brinquedo: um símbolo de identidade e conforto
Labubu não vende apenas plástico. Vende pertencimento e conforto emocional. Em um mundo de incertezas, sua imperfeição acolhedora e seu ar despretensioso ressoam com gerações sobrecarregadas (como a Gen Z). Ele virou um token de identidade: ter um Labubu é sinalizar que você valoriza a autenticidade, o lúdico e a quebra de padrões.
Estratégia em ação: Coca-Cola, Pop Mart e o poder da coleção
A genialidade está na escassez e na surpresa:
Pop Mart transformou a venda de brinquedos em uma experiência de blind boxes (caixas surpresa), criando um ritual de descoberta e colecionismo viciante. Resultado? Seu CEO virou um dos maiores bilionários da China.
Coca-Cola entendeu o recado e usou Labubu para falar com a Gen Z. A parceria não vende refrigerante: vende experiência, exclusividade e conexão cultural.
O alerta: consumismo vs. conexão autêntica
Há um risco, claro: será que “precisamos” de um Labubu, ou somos pressionados pelo FOMO (Fear Of Missing Out)? A lição aqui é crucial: o marketing emocional só é sustentável quando alia desejo a significado. Explorar a vulnerabilidade do consumidor sem oferecer valor genuíno é um caminho frágil.
3 lições estratégicas do Labubu para sua marca
Abrace a autenticidade imperfeita:
Consumidores fogem do polido e previsível. Mostre a humanidade da sua marca, suas “arestas”, seu propósito real.
Crie experiências, não produtos:
Pense em colecionabilidade, surpresa e ritual (como as blind boxes). Engaje através do lúdico e da emoção da descoberta.
Conecte-se a valores, não a modas:
Labubu fala de aceitação, conforto e identidade. Sua marca deve ir além do superficial: qual necessidade emocional ou social você atende?
Labubu não é modinha: É um sintoma do futuro
Labubu é “amado porque é genuíno”. Seu sucesso comprova: o marketing do futuro é invisível na venda, mas visível no significado. Não se trata de impor mensagens, mas de criar símbolos que ecoem no imaginário coletivo.
Na MAPA360, acreditamos que as melhores estratégias nascem da observação cultural profunda. Labubu não é só um boneco feio: é um mapa para reconectar marcas com pessoas reais, em um mundo saturado de perfeição artificial.
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